ESPECIAL DE NATAL
Minha seleção de receitas para você que ainda está indeciso sobre o que fazer pra sua ceia ou pra levar na casa daquele parente que decidiu receber a família.
Essa é uma edição especial da Newsletter, com receitas de Natal. A newsletter tradicional, com a crônica, o 5 Perguntas para… e tudo o mais, chegou no seu email, provavelmente um pouco antes dessa aqui. Então, se você não viu e quiser ler o conteúdo da outra news, deixo o link aqui.
A ideia foi compartilhar receitas que eu já fiz e já até postei que servem de possibilidades criativas para uma ceia de Natal, seja para os indecisos ou para quem precisa fazer um prato pra levar na casa do parente. Tem um arroz, uma carne, uma farofa, um salpicão e 3 sobremesas (não consegui escolher). Ao invés de te mandar pro link do Instagram, quis criar esse especial aqui com o texto editado, inclusive com quantidades que é uma coisa que eu não costumo fazer nos posts do IG. O Modo de preparo segue a linha do #foiassim mas acho que dá pra entender direitinho.
Quando estava fazendo a seleção, me dei conta de que todas as minhas escolhas foram receitas de 2020, um ano difícil mas que a comida de Natal ajudou um pouco a agregar quem pôde estar com alguém querido. Que em 2024 elas sejam saboreadas com toda alegria que você merece. E se fizer alguma, me conta?
Porco Bêbado
Essa é uma receita da Marcella Hazan mas eu adaptei quando fiz e ficou muito boa. Na original, não vai cebola nem cenoura. Nem manteiga, nem mascavo. hahaha. Mas ficou bom demais. Quis trazer essa receita porque a carne de porco é sempre uma alternativa ao peru. E esse molho torna tudo mais especial.
1 peça de lombo de porco (cerca de 800g)
3 cebolas
2 cenouras
½ xícara de conhaque
½ xícara de vinho
3 folhas de louro
1 colher de chá de noz moscada
Sal e pimenta do reino a gosto
1 colher de sopa de açúcar mascavo
1 colher de sopa de manteiga
Catei uma cenoura que estava amolecendo na geladeira, uma cebola bonitona e na hora já ouvi Marcella falando: “oh, garota, não é bouef bourguignon não! É italiano! Um porco bêbado! ”.
Eu que já estava ouvindo ordens demais no meu dia, pedi com jeitinho e ela deixou. Então, porco na panela, conhaque, cebolas e cenouras, vinho, folhas de louro, noz moscada, pimenta do reino, água pra cobrir uns 2 dedos acima dos ingredientes e 3 horas de fogo baixo, baixinho, pra perfumar a casa.
Que maravilha de receita! Um assado de panela, que não te deixa esquecer que ele tá ali, na cozinha, tamanho o perfume.
No final de tudo, coloquei uma colher de açúcar mascavo. Marcella fez cara feia, mas depois que provou me disse: “parabéns, minha filha. Está uma delícia, equilibrou a acidez do vinho né? ”.
Desliguei o fogo, vi aquele molho denso, pedaçudo, uma felicidade me invadiu. A cia de Marcella também me alegrou. Quando ela virou as costas e foi embora, eu tasquei duas colheradas de manteiga gelada no molho quente.
Ficou brilhoso! Que vontade de servir para ela e para Vitor, seu marido, e bater altos papos, ouvir as histórias que eles contam em “La Cucina”.
Um assado é daqueles pratos pra se colocar na mesa com orgulho, pra seduzir mesmo.
Farofa de Abacaxi
Eu já fiz essa farofa de mil maneiras. Ela está inclusive no meu ebook de Farofas, que escrevi com a Tati Marques. Lá está de um jeito diferente. Mas todos os jeitos dão certo.
½ xicara de bacon
½ abacaxi
1 cebola roxa
1 colher de sopa de pimenta rosa
1 xícara de farinha de mandioca
3 colheres de sopa de manteiga
2 colheres de sopa de azeite
Refogue cada coisa separadamente. Primeiro o abacaxi com um pouco de manteiga, sem mexer muito até o líquido secar e caramelizar. Retire e reserve.
Depois, refogue a cebola em quadrados não muito pequenos com azeite e reserve. E aí vem o bacon em cubinhos, só ele até soltar a gordura e ele ficar fritinho.
Tudo pode ser feito na mesma frigideira. Daí mistura tudo (na foto, parei nesse ponto).
Na hora de servir, finalize a farofa esquentando um pouco a mistura, colocando umas 2 colheres de manteiga e assim que derreter, coloque a farinha de mandioca misturando bem, por uns 5 a 10 minutos.
Arroz de banana com berinjela
Essa receita é da Regina, que tem um restaurante nos Estúdios Globo, onde trabalhei por anos e anos. Quando ela fazia esse arroz, que não era sempre, eu amava. Por ele ser agridoce, vai muito bem com as comidas natalinas. É diferentão mas é muito bom! E ainda dá pra fazer com sobras, tipo o arroz já cozido, aquela banana que sobrou e etc.
1 berinjela
1 banana da terra
50 grs de banana passa
200 grs de arroz cozido
Sal a gosto
2 colheres de sopa de azeite
Opcional: Pimenta dedo-de-moça/Cebola roxa
Peguei aquela berinjela, estava até meio molinha, e piquei em quadradinhos pequenos. Coloquei numa peneira com sal e deixei sobre uma tigela pra escorrer aquele líquido de sabor mais forte da berinjela. Depois de uns 10 minutos, lavei e sequei com papel toalha.
Numa frigideira com antiaderente e um fio de azeite, grelhei os cubinhos de berinjela, dando uma tostadinha. Reservei. Aí peguei uma banana da terra que eu já tinha assado em rodelas e piquei.
Mas você pode cozinhar a banana da terra e passar depois rapidinho numa frigideira pra dourar. Como eu tinha pouca banana da terra pronta, coloquei também uns pedacinhos de banana passa que eu tinha aqui. Juntei os dois na frigideira - berinjela e bananas - e aí juntei o arroz que estava pronto na geladeira.
Mexi e esquentei bem, até o arroz ficar com essa corzinha aí, pelo contato com a berinjela e a banana. E pronto! Uma delicia, arroz com sabor novo!
Ps: se você tiver uma pimentinha dedo-de-moça pode colocar que fica bom. Ou cebola roxa, refogada junto da berinjela e da banana, antes do arroz. Façam!
Salpicão da Dona Gê
No meu mundo, só esse salpicão é possível no Natal. O da minha mãe.
1 frango defumado desfiado
250 g de presunto
1 vidro de palmito
2 batatas
Sal a gosto
2 cenouras
1/2 pimentão verde
1/2 amarelo
1/2 vermelho,
1 cebola
1 pote médio de maionese (ou a gosto)
2 colheres de sopa de azeite
1 colher de sopa de vinagre
1 limão
Batata palha a gosto
Frango defumado desfiado, presunto cortado em tiras, palmito cortado em palito, batatas cortadas em palito e cozidas al dente com pouco sal e resfriadas, 2 cenouras como as batatas, pimentões descascados, cortados em tiras e escaldados, cebola cortada em julienne e de molho em água gelada. Mistura tudo isso, com cuidado pra não quebrar muito as batatas - e tempera com um pouco azeite, vinagre e limão. Tempera bem de leve.
Aí coloca a maionese e mistura. Leva pra geladeira até servir. Na foto, o salpicão está inacabado pois falta a batata palha em volta. Como eu não sou fã de batata palha, postei como eu prefiro mesmo! Se for usar a batata palha, coloque só na hora de servir e não mistura.
Tiramisu de panetone
Eu desejei tanto essa receita que quando eu fiz, não tinha mascarpone pra vender na cidade do interior onde eu estava. Eu fiz o mascarpone. Eu amei esse tiramisu. E ainda dá pra fazer com chocotone pra quem prefere.
1 panetone
1 xícara de chocolate em pó
1 xícara de café
2 colheres de sopa de rum
para o creme:
7 gemas
200 g de açúcar de confeiteiro
1 colher de chá de baunilha
600 g de mascarpone
Fiz um café forte sem açúcar e deixei esfriar. Coloquei 2 colheres de sopa de rum e reservei.
Para o creme: 7 gemas, 200 gramas de açúcar de confeiteiro. Bati bem até ficar uma gemada fofa e branquinha. Coloquei também baunilha.
Aí misturei 600 gramas de mascarpone e misturei bem. Cortei fatias de panetone (fatias não muito finas) e aí comecei a montar. No fundo da travessa, um pouco de creme. Depois as fatias de panetone. Reguei com o café temperado com rum (eu não mergulhei as fatias no café para não encharcar demais, então resolvi regar pra ter mais controle). Aí comecei as camadas de novo. Creme, panetone e café. E assim foi até a última camada ser creme.
Deixei bem lisinho pra depois poder polvilhar chocolate em pó por cima, com uma peneira, mas isso só na hora de servir. Se o tiramisu ficar na geladeira um dia inteirinho, ficará ainda melhor.
Torta folhada de maçã
Minha encasquetou um dia de fazer essa receita pá-pum pra usar a massa folhada que estava no congelador. Que benção!
Creme:
2 colheres de sopa de maisena
1 copo de leite
2 gemas
½ lata de leite condensado
1 colher de sopa de açúcar
1 colher de chá de conhaque
1 caixa de creme de leite
1 colher de sobremesa de manteiga
Massa:
1 rolo de massa folhada (Arosa)
Manteiga para untar
Farinha de rosca para polvilhar
Recheio:
5 maçãs
1 limão
2 colheres de sopa de manteiga gelada
Açúcar cristal para polvilhar
Leite para pincelar a massa
Chantilly
PARA O CREME: dissolve 2 colheres cheias de maisena em 1/2 copo de leite frio. Isso enquanto ferve 1 copo e meio de leite. Depois que ferveu, coloca o leite com maisena dissolvida de uma vez no leite fervendo e mexe bem.
À parte, use 2 gemas bem batidas, passadas na peneira pra tirar a pele, misturadas com 1/2 lata de leite condensado. Mistura no leite. Coloca essa mistura pra cozinhar, mexendo de vez em quando, até engrossar.
Minha mãe diz que é rápido, assim que ferver tá pronto. Prova a doçura, se for preciso coloca mais leite condensado ou açúcar. Depois de pronto, já fora do fogo, coloca um toque de conhaque e depois creme de leite de caixinha aos poucos pra deixar cremoso.
Pra dar brilho, acrescenta 1 colher de sobremesa de manteiga gelada.
PARA A MASSA: um rolo de massa folhada laminada da Arosa. Numa refratária, unta com manteiga e um pouco de farinha de rosca. Isso ajuda a massa folhada a ficar mais sequinha.
Aí coloca a massa folhada esticando até as bordas. Coloca o creme por cima. Depois as maçãs cortadas em lâminas (pra não escurecer coloque limão nas maçãs já cortadas) e por cima das maçãs polvilhe açúcar cristal e uns cubinhos de manteiga gelada.
Nas bordas da massa, pincele com leite. Leve ao forno médio até a massa folhada corar e folhar. Coma morna com chantilly.
Pudim de pão com coco
Quando decidi fazer, me deu muita saudade do pudim da minha tia Ester, que tinha uma camadona embaixo de coco ralado. Eu amava quando ela fazia. Decidido: vai ser um pudim de pão com coco! Como meu docinho preferido é língua de sogra, uma ameixa em calda no meio também hein. Por que não?
1 xícara de leite de coco
2 xícaras de leite
1 xícara rasa de açúcar
1 pão de fermentação natural
1/2 colher de chá de pasta de baunilha
3 ovos
3 colheres de sopa de coco ralado úmido
Ameixa em calda
Calda de caramelo:
1 xícara de açúcar
A primeira coisa foi fazer a calda. 1 xícara de açúcar na forma e forma na boca do fogão, fogo baixo.
Usei açúcar demerara que era o que eu tinha mas ele dificulta. Não sofra como eu sofri. Use o refinado.
Esperei derreter tudo, lambuzei a forma dos lados e no meio e reservei. Ela vai estalar a medida que a calda esfria! E esfria rápido.
Para o pudim: aqueci 1 xícara de leite de coco, 2 xícaras de leite e 1 xícara rasa de açúcar. Quando ferveu o leite, desliguei e joguei esse líquido quente no pão que já estava cortado em cubos.
Eu usei um pão de fermentação natural, cascudo e cortei em quadradinhos. Você pode usar pão francês amanhecido, mais durinho. Deixei de molho por 10 minutos. Ah! Coloquei pasta de baunilha.
Depois desse tempo, o miolo derrete um pouco, fica uns pedacinhos da casca. Aí misturei 3 ovos e coloquei aos poucos na mistura de pão e leite. Com cuidado pra quentura do pão não cozinhar os ovos, por isso coloquei aos poucos.
Juntei um pouco de coco ralado úmido (essa quantidade vai de gosto). Misturei bem tudo e coloquei essa massa na forma caramelada. Depois coloquei a forma numa assadeira e coloquei água fria para fazer o banho-Maria.
Foi pro forno e ficou 1h30 em fogo médio. Depois que ficou pronto, esperei esfriar e dormiu na geladeira.
Pra desenformar, usei o truque de aquecer o fundo da forma na chama do fogão. E aí, amores, foi comer e ser feliz!